sábado, 15 de agosto de 2015

HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO!



A humanização da gestação, parto e puerpério tem que iniciar dando à mulher que tem a vontade de ser mãe, sua real liberdade e autonomia durante todo o processo, desde o engravidar até o nascimento. A real humanização tem que ocorrer respeitando o indivíduo como um todo, em sua real essência, dando assistência a possíveis desconfortos psicológicos, educando, agindo, auxiliando o ser humano a evoluir em sua essência.

O propósito da humanização é gerar o respeito e dignidade ao próximo, é viver realmente o momento e não deixar que a técnica vença a história e o cuidado.



Polyana Romano Oliosa
Nutricionista
Estudante do Curso de Dimensões da Humanização- Ufes.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE NA ASSISTENCIA SOCIAL

Maria Aparecida de Azevedo[1]

Desde o inicio do curso Dimensões da Humanização, procurei trazer o conteúdo estudado para o meu cotidiano profissional. Entre as varias disciplinas já estudadas procurei sempre refletir de como trazer para a Assistência Social a temática que estava ora em estudo. Na disciplina de Humanização em saúde: gestação, parto e nascimento, pós-parto ministrada pela Professora Dra Claudia Pereira do Carmo Murta, pude clarificar alguns conceitos que são utilizados na Assistência e traz a tona a quebra de paradigmas já enraigados, construídos historicamente, sem, entretanto ter uma vertente de humanizar o humano.
Na Assistência Social entre os vários instrumentos profissionais que utilizamos, temos o Estudo de Caso. O estudo de caso é um espaço onde profissionais da área da Assistência Social e da Saúde tais como Psicólogos, Assistentes Sociais, médicos, terapeutas, técnico de referencia, enfermagem se reúnem para discutir o caso de um usuário em especifico.
Este instrumento largamente utilizado na Assistência Social é um procedimento de interdisciplinaridade, onde vários profissionais se reúnem, discutem e deliberam por um objetivo em comum, ou seja, a avaliação dos avanços ou retrocessos obtidos pelo usuário para posteriores encaminhamentos.
Nesse entendimento, percebi então, que a transdisciplinaridade  ( quantos nomes difíceis de serem pronunciados pelos nossos usuários), ainda é muito tímida (para não dizer que está em período de gestação), que visa a integração e articulação de vários saberes para uma busca constante de criação do novo, através de novos elementos que surgem através de uma abertura ao saber do outro rumo ao desvelamento do usuário, ainda é um caminho a ser percorrido. Sabemos o quão árdua é a quebra de paradigma que identificamos quando se traz uma proposta de trabalho tendo a transdisciplinaridade como foco. É um trabalho desafiador, pois exige dos profissionais uma vivencia permeada de não culpabilização ou vitimização do usuário, de se ter um olhar propositivo e ativo onde os saberes constituídos sejam socializados de forma clara e objetiva, visando a geração e socialização de dados, informação e conhecimento. Precisamos avançar na concretização da humanização na Assistência Social e quebrar velhas barreiras para que um novo paradigma que tenha a humanização do ser humano como centro possa surgir.

REFERÊNCIAS

Material disponibilizado no curso Dimensões da Humanização, Filosofia, Psicanálise, Medicina. Disciplina: de Humanização em saúde: gestação, parto e nascimento, pós-parto ministrada pela Professora Dra Claudia Pereira do Carmo Murta, módulo I, II, III disponível http://www.especializacao.aperfeicoamento.ufes.br/course/view.php?id=97, acesso em 20/07/15

Política Nacional de Assistência Social – PNAS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social, Brasília, 2004. Disponível em lhttp://www.mds.gov.br/assistenciasocial/arquivo/Tipificacao%20Nacional%20de%20Servicos%20Socioassistenciais.pdf/view, acesso em 20/07/2015




   





[1] Assistente Social- aluna do Departamento de Filosofia do Centro de Ciências Humanas e Naturais / Núcleo de Educação Aberta e a Distância/ UFES, do Curso de Aperfeiçoamento em Dimensões da Humanização: Filosofia, Psicanálise, Medicina, - UFES. Email: mapeazgma@il.com  currículo lattes, http://lattes.cnpq.br/1184329998746416








Mecanização do homem e a influência dos sentimentos para uma verdadeira humanização.

No mundo atual, o ser humano está cercado de atividades/ tarefas que requerem o máximo de precisão, sendo que muitas das tarefas que anteriormente eram conduzidas pelo homem, o próprio homem colocou em seu lugar uma máquina, que fosse a mais precisa e correta.

Com a globalização, inclusão digital, competitividade no ambiente de trabalho, crise econômica; o humano está sendo deixado de lado para que as funções sejam realizadas o mais rápido possível, prestando contas de suas tarefas obrigatórias, cada vez mais mecanizado e setorizado. 

Será que o humano está se perdendo em meio a suas criações? Onde estão as relações interpessoais, momentos de lazer e com a família em meio às grandes metrópoles? Os afetos e o respeito ao seu próprio organismo estão sendo levados em consideração?

Se esses questionamentos lhe fazem pensar e refletir, consigo aqui, provocar um pouco do ser HUMANO que ainda está aí, do outro lado da tela.

Nós, seres HUMANOS, não podemos deixar de olhar para o outro com compaixão, amor, respeito, cuidado, implicando em nossas relações do dia-a-dia o SENTIMENTO, pois esse, é a base para uma sociedade mais humana e dígna. Todos nós precisamos ser cuidados e amparados, temos nossa margem de erro e acertos, podemos compartilhar, aprender e difundir ideias, isso sim, nos faz ser uma "máquina" perfeita, pois só cabe a nós, sermos únicos em meio a multidão e utilizar a verdadeira engrenagem, que funciona conjuntamente: corpo, mente, alma e peixões!




Polyana Romano Oliosa
Nutricionista - Estudante do Curso Dimensões da Humanização/UFES




quarta-feira, 17 de junho de 2015

A BUSCA DA HUMANIZAÇÃO NA ASSISTENCIA SOCIAL

Maria Aparecida de Azevedo[1]

 Inicialmente pensado para o campo da saúde, a humanização ou a necessidade de humanizar o atendimento ao usuário, foi pensado visando tirar o usuário da condição de um mero corpo- objeto- maquina, buscando resgatar o ser humano em sua singularidade, particularidade e subjetividade  Na atualidade, a mecanização dos corpos é uma cruel realidade que perpassa por varias áreas profissionais.

Na área da Assistência Social os profissionais tem buscado avançar, buscando o resgate da vida do usuário dentro do seu contexto histórico, político, social, econômico, cultural. O instrumento técnico utilizado é o estudo de caso, onde uma equipe multidisciplinar se reúne para discutir um caso de um usuário especifico, visando traçar estratégias que parte da escuta inicial realizada junto ao usuário no momento da acolhida.

Entretanto, ainda temos a mecanização muito presente, pois o que interessa para os gestores é a avaliação quantitativa dos acolhimentos realizados, quantas refeições foram servidas, quantos vales sociais foram utilizados, onde percebemos claramente que o que interessa é o corpo do sujeito usuário da Assistência, entendemos assim, que os sentimentos e as emoções desse usuário não tem espaço para ser quantificado, assim, ele torna-se mais um na estatística política para melhor controle do biopoder. 


REFERÊNCIA

Material disponibilizado no curso Dimensões da Humanização, Filosofia, Psicanálise, Medicina, disciplina: Metafísica e Humanismo, Professora: Claudia Pereira do Carmo Murta e Justino Mameri Filho, módulo I, II, III disponível em http://www.especializacao.aperfeicoamento.ufes.br/course/view.php?id=95, acesso em 17/06/2015.







[1] Assistente Social- aluna do Departamento de Filosofia do Centro de Ciências Humanas e Naturais / Núcleo de Educação Aberta e a Distância/ UFES, do Curso de Aperfeiçoamento em Dimensões da Humanização: Filosofia, Psicanálise, Medicina, - UFES. Email: mapeazgma@il.com





terça-feira, 5 de maio de 2015

Falaremos a seguir sobre um tema atual, porém, pouco difundido na sociedade: Sujeito pós-traumático.

O que seria? Como se caracteriza?

A sociedade precisa saber defender-se das mazelas psicológicas, o sujeito-pós traumático pode estar em constante trauma, devido à péssimas condições de vida, a não atenção à sua saúde como deveria e gostaria, à sociedade injusta e classista, ao capitalismo desenfreado e contudo, ao tratamento do ser humano de forma desumanizada!

- Será mesmo que temos poucos casos de sujeitos pós-traumáticos como cita no artigo? Cabe a reflexão.

Artigo: Transtorno de estresse pós-traumático: o enfoque psicanalítico
UM QUEBRA CABEÇA A SER MONTADO: O SUJEITO PÓS-TRAUMATICO
Maria Aparecida de Azevedo[1]

Na atual sociedade a concepção do sujeito “pós-traumático”, que vive em um estado trauma permanente devido às inúmeras violações e agressões sofridas em seu inconsciente, foi sendo construída gradativamente pelo capitalismo globalizado para poder exercer maior controle sobre uma determinada parcela da população que além de perder os meios de produção, a sua única mercadoria que é a força de trabalho, tão necessária em momentos anteriores do processo de civilização, perdeu seu valor, não tendo mais tem valor para o capital, pois está sendo substituída gradativamente por máquinas, pela tecnologia. O trabalho vivo do sujeito não tem mais valor e nem produz mais valia que possa interessar a atual conjuntura econômica. O sujeito pós-traumático faz parte da população separada, quantificada, massificada, sem identidade, sem historia, sem memória, para melhor controle do biopoder, é o sujeito criado pela pós- modernidade, tendo como característica fundamental a ausência de uma identidade individual, de uma subjetividade.
O sujeito pós-traumático tem seu corpo, entretanto, não detém nenhum poder sobre sua vida, não fazendo parte de sua vida a tão falada liberdade de escolha, pois já nasceram separados em agrupamentos controlados pela tecnologia, onde se pode prever o que irá acontecer. É uma tecnologia que visa, portanto não o adestramento individual conseguido através da disciplina, mas visa à harmonia do conjunto como um todo. Os moradores das favelas são perigosos, ameaçadores, e faz-se necessário que seja utilizado todo um aparato estatal para conte-los em nome da manutenção da ordem. São os sujeitos que foram selecionados pelo capitalismo globalizado e feroz como futuros clientes do sistema carcerário do Estado, sendo necessário então, serem visto como ameaçadores a manutenção da ordem vigente pelo capital, pois não produzem e nem consomem as mercadorias produzidas pelo sistema capitalista e estão a margem dos direitos legalmente constituídos na Constituição e na Legislação.
Essa população são os moradores das periferias e das favelas não importando em qual Pais do mundo se encontrem, pois a globalização faz com que todos pareçam uma “coisa só”, um coletivo sem nome, sem endereço,sem identidade individual, sendo então reduzidos a homo sacer, onde identificamos nitidamente a biopolítica em ação e fazendo seu controle social, pois a população destes locais foram separados para serem descartáveis da sociedade a qualquer momento. A população é tanto alvo como instrumento em uma relação de poder, pois são eles, os moradores das favelas e das periferias os alvos das ações humanitárias, das políticas públicas focalizadas, seletivas, discriminatórias e compensatórias que não tem sua identidade individual reconhecida.  Ao invés de penalizar apenas um individuo, penaliza-se uma massa de seres humanos para serem catalogados, quantificados, selecionados para serem separados da sociedade pela atual tecnologia de regulamentação. São os “mortos vivos” criados pelo neoliberalismo globalizado, descartáveis, supérfluos, onde a disciplina foi substituída pela lógica do controle.  Não são úteis socialmente, pois não são produtores e muito menos consumidores das mercadorias, sendo ele próprio uma mercadoria fetichizada, sem subjetividade, totalmente descartável pela pós-modernidade. É o biopoder e a biopolitica em ação.

Visando escapar ao sofrimento e ao desprazer o homem sacer, o sujeito pós-traumático  lança  mão das estratégias de sobrevivência na utilização de substancias químicas como bebidas, cigarros, drogas, sexo,  se apegam a religiosidade, ao futebol, a televisão e aos meios de comunicação em geral buscando encontrar na relação com o outro sua identidade há muito perdida,  objetivando desta forma, um resgate de sua historia, de sua identidade então esfacelada e fragmentada pela biopolitica, que combate não o sujeito individual, mas ao homem já quantificado e selecionado pelo biopoder para ser eliminado, tirado de circulação, pelo Estado de Exceção pois sua vida não tem valor para o sistema neoliberal em vigor.

Enfim, são seres constituídos e construídos no que se tornou a sociedade pós-moderna, onde poucos são absorvidos pelo sistema capitalista neoliberal que é tão cínico, que nos faz pensar que “todos são iguais perante a Lei” e” todos são sujeitos de direitos”.

Referências
Material disponibilizado no curso Dimensões da Humanização, Filosofia, Psicanálise, Medicina, disciplina: Humanização e Desumanização, Professores: Professores Claudia Murta e Bruno Gadelha, Módulos I, II, III, disponível em http://www.especializacao.aperfeicoamento.ufes.br/course/view.php?id=91, acesso em 01/05/2015.




[1] Assistente Social- aluna do Departamento de Filosofia do Centro de Ciências Humanas e Naturais / Núcleo de Educação Aberta e a Distância/ UFES, do Curso de Aperfeiçoamento em Dimensões da Humanização: Filosofia, Psicanálise, Medicina, - UFES. Email: mapeazgma@il.com
Dentre os diversos modos de trauma, destaco a violência contra a mulher, como sendo uma das mazelas mais atuantes na sociedade moderna, mesmo com tanta evolução, globalização, defensoria dos direitos, ainda vemos todos os dias relatos/ casos desse tipo de violência em nossa sociedade.
Assim, as mulheres podem ser observadas e encaradas como o homo sacer da sociedade, aquela que não tem como se defender, mudar e/ou ir ao encontro de seus ideais, ser respeitada e valorizada. Seus ideais e anseios são esquecidos e não são tidos pela sociedade como fundamentais. 
Dessa forma, o homo sacer, se iguala na perspectiva do sujeito-pós traumático, sendo visto apenas como "capa/ corpo", não sendo observado e encarado como ser. 

O que podemos observar também no artigo abaixo, é a questão da desigualdade social, onde o indivíduo menos favorecido, na maioria das vezes, sofre mais frente às injustiças criadas e impostas como "normais"/ passíveis de solução, pela sociedade.

Coloco abaixo o artigo que relata um pouco sobre esse sujeito pós-traumático/ homo sacer e uma tabela descrevendo os principais sintomas sentidos por essas mulheres violentadas.






Polyana Romano Oliosa - Estudante do curso Dimensões da Humanização; Filosofia, Psicanálise, Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo.